segunda-feira, 20 de maio de 2013

GERGELIM ORGÂNICO É ALTERNATIVA VIÁVEL PARA AGRICULTORES FAMILIARES DO NORDESTE

Muito interessante essa postagem enviada pelo colega Joel Lamoglia...


Seja para alimentação ou para uso fitoterápico, fitocosmético ou nas indústrias químicas e farmacêuticas, o gergelim é um produto amplamente conhecido em todo o mundo. Atualmente, está se difundindo com importância nas áreas rurais do Semiárido. A cultura tem sido adotada como uma alternativa viável de ocupação, emprego e renda para os agricultores familiares do Nordeste.
Essa oleaginosa já é uma velha conhecida da região, utilizada tradicionalmente na confecção de doces caseiros. O cultivo, no entanto, estava praticamente restrito aos fundos de quintais, sem aproveitamento do seu potencial econômico.
A planta tem sido uma aposta da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a região, por uma conjunção de diversos fatores. O principal deles é a grande adaptação dessa cultura às condições de clima e de solo, que são historicamente os maiores limitantes da atividade agrícola no Semiárido. Além disso, é também adequada à cultura local, facilitando a aceitação por parte dos produtores.
Na propriedade do agricultor Antonio Gessildo de Oliveira, no município de Lucrécia (RN), o gergelim sequer tinha espaço entre os cultivos de milho, feijão, sorgo e girassol. Com o incentivo da Embrapa ele começou a plantar gergelim orgânico, em 2011, inicialmente em uma pequena área de 50m². Animado com os bons resultados da primeira produção, aumentou a área para 1,5 hectare, de onde tirou mais de uma tonelada em apenas uma safra. Ele conta que, em pouco tempo, já conseguiu melhorar a renda e a qualidade de vida da família, e o gergelim se tornou sua prioridade de cultivo.
Outro benefício que o agricultor e sua família também estão experimentando é a redução da insegurança alimentar, com a inserção de um produto com alto valor nutricional em sua dieta. Gessildo está satisfeito com os novos hábitos alimentares da casa: “Substituímos o óleo de soja pelo de gergelim, que é orgânico e mais saudável, e usamos também o tahini (pasta de gergelim), no lugar da manteiga, para passar no pão”.
Processamento – Como forma de incentivar o consumo e de agregar valor ao produto, a Embrapa tem oferecido aos agricultores cursos para processamento do gergelim, com o viés do aproveitamento alimentar e agroindustrial. Em todas as localidades atendidas pelos projetos da empresa, nos estados do Piauí e do Rio Grande do Norte, foram instaladas pequenas agroindústrias para extrair o óleo nas próprias comunidades.
Uma das comunidades, localizada no município de São Francisco de Assis do Piauí (PI), percebeu o grande potencial do produto e almeja conquistas mais ousadas: já tem certificação orgânica para suas sementes, agora está buscando a certificação do óleo de gergelim orgânico.
Além da extração do óleo, o resíduo da prensagem do gergelim também é aproveitado para a fabricação de diversos coprodutos, como biscoitos, doces, cocadas e bolos. “Nas capacitações que damos aos agricultores, buscamos valorizar as tradições de cada local, aproveitando e adaptando as receitas que eles já utilizam. À medida que a comunidade vai avançando, também passamos a trabalhar com produtos mais elaborados”, destaca Ayice Chaves Silva, técnico agroindustrial da Embrapa Algodão (Campina Grande, PB).
“A vantagem é que o mesmo gergelim que o agricultor planta e colhe para fazer seu doce, também é consumido na Europa, EUA, no Japão, na China, Coreia e em vários lugares do mundo. Então ele pode vender tanto na bodega ou na feira local, como também pode exportar”, observa Silva. Além disso, existe uma demanda internacional por alimentos funcionais, por produtos da agricultura orgânica e com apelo social de geração de trabalho e renda para produtores familiares.

EMBRAPA E IFSULDEMINAS ASSINAM CONVÊNIO PARA REALIZAÇÃO DE OLIMPÍADA BRASILEIRA DE AGROPECUÁRIA
A diretora -executiva de Administração e Finanças da Embrapa, Vânia Castiglioni, e o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS), Sérgio Pedini, assinaram hoje convênio de cooperação técnico-científica para a realização da Olimpíada Brasileira de Agropecuária (Obap).
Com o convênio, a Embrapa passa, a partir de 2013, a dividir com o IFSULDEMINAS a realização da Obap, que está em sua terceira edição e conta ainda com o apoio do Ministério da Educação, CNPq, Fapemig, Sebrae –MG e Governo Federal.
O objetivo do convênio é fortalecer esses eventos de caráter competitivo, que ganham força por meio de parcerias de referência, capazes de despertar o interesse de um maior número de alunos, além de oferecer sua experiência para avaliar os competidores, explica Aléssio Barros, diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação.
A Obap destina-se a estudantes de cursos técnicos em agropecuária e do eixo tecnológico de recursos naturais, como recurso para estimular o ingresso desses jovens nas carreiras técnico-científicas por meio da pesquisa e inovação em agropecuária, da aplicação de conhecimentos científicos, do enfrentamento de situações desafiadoras e da cooperação e integração com as equipes.
Para Eder Sacconi, coordenador da olimpíada, o convênio assinado hoje é essencial para a evolução da competição: “A Embrapa trará para a Obap sua qualidade e excelência na pesquisa agropecuária, que, somadas à histórica qualidade da educação básica e técnica na área de ciências agrárias das instituições participantes, proporcionará resultados fantásticos para a sociedade brasileira”.
Segundo Vânia Castiglioni, como empresa geradora de ciência e tecnologia, essa parceria com a área de educação é fundamental para a Embrapa, além de ser uma forma de a empresa se aproximar dos institutos federais, para que os conhecimentos gerados possam chegar à agricultura.
A Competição
Idealizada para incentivar a participação dos professores de todo país em atividades de iniciação científica, a Olimpíada Brasileira de Agropecuária é dividida em três fases: duas etapas virtuais, com testes de múltipla escolha destinados a avaliar o conhecimento dos estudantes nas áreas de agricultura e zootecnia; e uma última etapa presencial, que será realizada no campus de IFSULDEMINAS, na cidade de Machado (MG), em outubro. A novidade dessa edição será a realização de uma tarefa prática pelas equipes que se classificarem para a final.
A premiação e a classificação serão feitas de acordo com o somatório dos resultados de todas as fases e etapas da Obap. Receberão medalhas as 15 melhores equipes na modalidade Ensino Médio Integrado ou Concomitante. Na modalidade Subsequente, serão entregues 6 medalhas para as equipes que obtiverem os melhores resultados.
O melhor estudo de caso receberá premiação à parte e as três melhores equipes no geral receberão troféus. Além disso, a equipe classificada em 1º lugar será convidada para participar da International Earth Science Olympiad – IESO, competição internacional de Ciência da Terra para alunos do ensino médio, que será acontecerá em 2014.
As inscrições podem ser feitas até 30 de junho no site da IFSULDEMINAS: http://www.ifsuldeminas.edu.br/obap/. Podem se inscrever estudantes de cursos técnicos em agropecuária e demais cursos do eixo tecnológico de recursos naturais, matriculados em institutos federais e demais instituições de ensino que ofereçam tais formações.

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Joel Lamoglia
Setor de Transferência de Tecnologias (SIPT)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Aracaju/SE

joel.lamoglia@embrapa.br
Telefone: +55 (79) 4009-1316  |  (79) 9121-1734 - Particular
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